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segunda-feira, 26 de setembro de 2016

Não sei porque você se foi...


Quaisquer que sejam as causas que levam à morte de nossos filhos, jamais aceitamos a perda. Não importa se lentamente ou de forma fulminante, a morte tira de nós entes queridos, e, se filhos, pedaços de nossos corpos, partes de nossas vidas. Se o futuro para nós já é uma incógnita, perder um filho, que para os pais representam a continuidade de suas riquezas genéticas, como bem pontuou Darwin, significa bloquear em nós a visão de futuro.

Contudo, A perda repentina, nos deixa uma sensação de impotência. O que torna mais difícil a aceitação da morte como uma fatalidade, ao invés de vê-la como parte do ciclo de vida. Isso se agrava quando pais se debruçam sobre o corpo sem vida de sua filha. Assim, seguimos nosso caminho, reformulando nossa rotina e deixando na lembrança, alegres momentos de uma criança que parecia sentir que seu tempo era curto, porque procurou viver intensamente, fazendo questão de marcar sua presença de maneira impositiva em nossa vidas.
Até breve, minha filha. Aguarde-me na eternidade, pois aqui em vida a terei sempre em cada momento que me resta.

Texto extraído do livro Depois que você partiu - Crônicas - De Romualdo Pessoa, em homenagem a sua filha Carol.

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